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Morte de Lygia Fazio: O que é PMMA e quais os riscos? A modelo se submeteu a uma aplicação

Por Terra.com, 01/06/2023 16h13
 (Foto: Reprodução Google)
Foto: Reprodução Google

PMMA e silicone industrial: jornalista Lygia Fazio morre em decorrência do uso e especialista faz alerta sobre o perigo das substâncias
A jornalista e modelo Lygia Fazio não resistiu a um AVC que sofreu há cerca de 1 mês, quando passava por procedimentos para retirada de PMMA aplicado nos glúteos, que acabou se espalhando pelo corpo, causando várias infecções.
Familiares e amigos lamentam a morte e contam a luta de Lygia para reverter a aplicação do produto realizada há 3 anos. A amiga e jornalista Meiri Borges relata que Lygia se preocupava com a beleza, como todas as mulheres, e mesmo após negativa de aplicação pelos médicos, injetou o PMMA em local clandestino, o que classifica como uma bomba-relógio na vida da amiga.
O PMMA - ou polimetilmetacrilato - é um material sintético e, de acordo com a cirurgiã plástica Patrícia Marques, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, só pode ser utilizado em casos específicos e em pequenas quantidades. No Brasil, o PMMA para preenchimento subcutâneo precisa ser registrado na Anvisa, pois é um produto de uso em saúde da classe IV (máximo risco), mesmo assim, a substância atrai cada vez mais mulheres pela proposta de resultados instantâneos.
Composto por microesferas de um material muito parecido com um plástico acrílico, o PMMA se espalha pelo tecido da região após ser aplicado. “O PMMA é bastante procurado por não ser absorvido pelo corpo, mas pode causar reações imprevisíveis a longo prazo. Ele ‘endurece’ no local aplicado e pode causar complicações com sequelas irreversíveis, como infecções crônicas e deformidades”, alerta a cirurgiã.
A especialista explica que uma vez injetado, o PMMA se espalha pelo tecido e não pode ser facilmente retirado, diferente de uma prótese de silicone, que pode ser removida a qualquer momento ou a aplicação do ácido hialurônico, que também é um tipo de preenchimento com muito mais segurança.
Alternativas melhores
Patrícia Marques esclarece que a bioplastia, também conhecida como plástica sem bisturi, é um procedimento não cirúrgico que utiliza substâncias de preenchimento - como o polimetilmetacrilato (PMMA) - para remodelar áreas da face e do corpo, mas não é a técnica mais segura para dar volume em qualquer parte do corpo.
As próteses de silicone e a lipoenxertia com a transferência da gordura para a região onde se deseja mais volume são as cirurgias mais indicadas. O PMMA nunca pode ser utilizado como um substituto do silicone, principalmente em pacientes que buscam a técnica para aplicação nos glúteos, como foi o caso de Lygia, porque a dose utilizada nessa região precisa ser grande, bem maior que a de um simples preenchimento.
A importância do profissional habilitado
A Anvisa orienta que o produto só pode ser administrado por profissionais treinados. Para cada paciente, o médico deve determinar as doses e o número de injeções necessárias, dependendo das características de cada paciente, das áreas a serem tratadas e do tipo de indicação.
A Anvisa também esclarece que o produto não é contraindicado para aplicação nos glúteos para fins corretivos, porém, não há indicação para aumento de volume, seja corporal ou facial.
“Cabe sempre consultar um profissional médico credenciado e responsável para avaliar a aplicação de acordo com a correção a ser realizada e as orientações técnicas de uso do produto”, finaliza Patrícia.

Sobre a especialista:
Patrícia Marques é graduada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, é membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e tem especializações em reconstrução de mama e da face no Hospital de la Santa Creu i Sant Pau, em Barcelona, e no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em NY, EUA. Também é especialista em medicina capilar e referência nacional em frontoplastia e redução de testa com mais de 600 cirurgias realizadas. CRM-SP 146410.
Instagram: @dra_patricia_marques
Site: https://www.drapatriciamarques.com.br/
Avenida Moema, 300, conjunto 71, Moema, São Paulo/SP
Telefone: (11) 93206-0079
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Morte de Lygia Fazio: o que é PMMA e quais os riscos? 
A modelo se submeteu a uma aplicação de silicone industrial e PMMA

Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica condena uso de substância para fins estéticos
Lygia Fazio
Foto: Reprodução/ Instagram @lygiafazio https://www.instagram.com/lygiafazio/
Por> Ailma Teixeira
Modelo, jornalista e ex-assistente de palco do extinto "Legendários", Lygia Fazio faleceu na noite de quarta-feira (31). A mulher de 40 anos estava internada há três semanas em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC).
O AVC, por sua vez, foi mais uma consequência dos problemas de saúde que acometeram Lygia no ano passado.
Tudo começou quando a modelo se submeteu a uma aplicação de silicone industrial e PMMA (polimetilmetacrilato), um material plástico constituído por micropartículas de um análogo ao acrílico, na região dos glúteos.

Como as substâncias não são absorvíveis pelo organismo, o procedimento não foi bem sucedido - elas se espalharam pelo corpo de Lygia, provocando uma série de infecções. Com isso, a modelo precisou realizar outras cirurgias e passou 100 dias internada na tentativa de retirar os compostos do corpo.
Quais os riscos associados ao uso de PMMA?
O PMMA deve ser usado exclusivamente para corrigir pequenas deformidades e em pacientes com lipodistrofia de HIV. "Não recomendamos sua utilização para fins estéticos", pontua a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Em nota pública divulgada em junho passado, a SBCP lembrou que tal uso é "extremamente perigoso" e "pode ocasionar complicações precoces e tardias de difícil resolução". Dentre elas, a entidade citou a formação de nódulos, massas e processos inflamatórios e infecciosos, capazes de provocar danos "desastrosos e irreversíveis".
Membro da entidade, o cirurgião plástico Luís Maatz detalhou os danos a pedido do Terra. "Os sinais de complicações locais mais comuns são enrijecimento e nódulos nas áreas aplicadas, que podem se tornar avermelhados; formação de abscessos, com saída de pus ou até necrose dos tecidos. Complicações à distância incluem falta de ar e dor torácica (no caso de embolia pulmonar) e diversas alterações neurológicas, no caso do AVC", disse o médico, especialista em Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Reconstrução Mamária.
E quanto ao silicone industrial, quais os riscos?
Maatz afirma que o silicone industrial nunca teve finalidade de uso em seres humanos, portanto tal aplicação é altamente perigosa, com danos até mais graves que os provocados pelo PMMA porque a substância se espalha mais entre os tecidos, ocorrendo o fenômeno de migração para áreas onde não foi aplicado. "A associação dos dois produtos potencializa os riscos do procedimento".
Despedida de Lygia
Diante da consequência fatal, o corpo de Lygia é velado e cremado até às 16h desta quinta-feira (1º), no cemitério e crematório Valle dos Reis. O espaço fica em Taboão da Serra, região metropolitana de São Paulo. A modelo deixa dois filhos, Davi e Thor.

 

Morte de Lygia Fazio: O que é PMMA e quais os riscos?   A modelo se submeteu a uma aplicação
Morte de Lygia Fazio: O que é PMMA e quais os riscos?   A modelo se submeteu a uma aplicação
Morte de Lygia Fazio: O que é PMMA e quais os riscos?   A modelo se submeteu a uma aplicação