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Vereador preso em operação por exigir parte de salário de servidores tem mandato cassado em RO
Ronen Alves (PSC) é investigado pela Polícia Civil por exigir parte dos salários de servidores indicados para trabalhar na prefeitura. Ao G1, defesa do parlamentar disse que recorrerá da decisão.
O vereador de Buritis (RO), no Vale do Jamari, Ronen Alves Gomes (PSC), de 44 anos, conhecido como ‘Rony do Hospital’, que foi preso acusado de corrução passiva em abril, durante a Operação Pedágio, da Polícia Civil, teve o mandato cassado pela Câmara de Vereadores, após uma sessão extraordinária nesta terça-feira (16).
Dos 11 vereadores, 10 compareceram à sessão extraordinária. Foram 7 votos favoráveis à cassação e três votos contrários.
De acordo com a Polícia Civil, o parlamentar indicava pessoas na prefeitura, através da influência que possuía, para que elas fossem empregadas em cargos comissionados. Mas depois de serem efetivados, exigia uma parte dos salários dos servidores.
"Depois desse processo para a contratação, o vereador em contrapartida, exigia uma espécie de pedágio, que era um valor mensal repassado pra ele. Conseguimos comprovar com uma pessoa, que o vereador pedia a quantia de R$ 1 mil por mês", revelou o delegado responsável pela operação, Lucas Torres.
Em interrogatório, Rony do Hospital chegou a alegar que havia indicado apenas três pessoas para cargos na prefeitura, mas que todas elas tinham capacidade técnica para atuar na área e que exerciam de fato a função.
“Não há indícios de que haviam ilegalidades nessas indicações, as pessoas eram gabaritadas para exercerem o cargo, não sendo uma troca de favores e não eram funcionários fantasmas. Inclusive houve uma colaboração da prefeitura na investigação”, detalhou o delegado.
Dois mandados judiciais foram cumpridos durante a operação, resultando na prisão do vereador Rony, que foi encaminhado ao presídio da cidade. Mas após pagar a fiança, ele foi liberado pela Justiça para responder o processo em liberdade.
Um dia após a operação, a Câmara confirmou por meio de nota que abriria uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a conduta do vereador no caso.
“Será aberto um procedimento investigatório dentro do legislativo para apurar o caso envolvendo o vereador Ronen Alves. Que fatos isolados como esse, não representam a conduta moral dos parlamentares dessa Casa de Leis. Que somos favoráveis a investigação e estamos dispostos a prestar todos os esclarecimentos necessários a quem interessar”, descreve a nota emitida pelo presidente da casa, o vereador Marcelo Mendes Pedro (PT).
O G1 tentou contato com o presidente da Câmara e com o delegado à frente do caso. Porém, até a última atualização desta reportagem, as ligações de ambos não foram atendidas ou retornadas.
Outro lado
Ao G1, o advogado de vereador cassado, Sidney Gonçalves Correia, informou que recorrerá da decisão na esfera legislativa municipal e que posteriormente estudará uma forma para recorrer da cassação na Justiça.
“Enquanto defesa, nós vamos recorrer pra Comissão de Justiça e Redação da própria Câmara, sob o fundamento da inconstitucionalidade do julgamento, da forma com que ele ocorreu. Após esse recurso, nós vamos estudar um recurso para apresentar na esfera judicial também”, relatou o advogado.
Operação Pedágio
A Polícia Civil de Buritis, com o auxílio da Polícia Civil de Monte Negro (RO), deflagou no dia 2 de abril, a Operação Pedágio, para coibir crimes contra a administração pública do município.
Dois mandados judiciais foram cumpridos, sendo um mandado de prisão contra o vereador Ronen Alves Gomes e um mandado de busca e apreensão na residência do parlamentar.
Segundo a Polícia, as investigações iniciaram em fevereiro deste ano, após a Polícia receber uma denúncia anônima.