Caerd iniciou retirada dos equipamentos para dar entrada à nova empresa.
Casal de comerciantes vem aproveitando das chuvas para reservar água.
Um dia após a prefeitura de Ariquemes (RO), no Vale do Jamari, retomar a concessão para captação, tratamento e distribuição de água que era operada pela Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd), alguns moradores reclamaram na manhã desta terça-feira (22) sobre a falta do abastecimento de água em algumas casas há oito dias. Uma escola municipal, no Setor Parque das Gemas, dispensou os alunos em dois dias seguidos por conta da falta de água.
Depois da reintegração de posse ser aceita pela Justiça de Rondônia, a manhã desta terça-feira iniciou com mudanças na superintendência da Caerd. A empresa que atuou no município por 30 anos concedeu férias coletivas aos colaboradores e outros passaram a reunir os equipamentos para se retiraram do local para que a nova empresa possa se instalar e assumir os trabalhos.
Em meio ao processo de transição, alguns moradores se deslocaram até a empresa para informar que as residências onde moram estão sem água ou até mesmo para quitar alguns pagamentos do fornecimento, mas não conseguiram concluir a ação.
Enquanto ocorre a transição de uma empresa para outra, alguns moradores afirmam que estão sem água encanada e passam dificuldades para desenvolver as atividades diárias.

A partir de hoje será um favor à concessionária quando o morador vir nos avisar, pois só assim iremos conseguir atender todos que precisam"
José Benedito Braga, diretor presidente da Águas de Ariquemes
O aposentado Antônio Bernadino, morador do setor 9, conta que o chegou a ficar oito dias sem água. "Depois desse período sem uma gota d’água na torneira, hoje pela manhã voltou, mas em momentos intercalados", desabafa.
Já o casal de comerciantes Osorino e Maria Edileuza, moradores do Setor Parque das Gemas aproveita das chuvas para reservar certa quantidade de água e utilizar nos serviços da casa. "Estamos há três dias sem água nas torneiras, aí a minha esposa teve que colocar alguns baldes e galões para pegar a água da chuva e usarmos, se não iriamos estar sem", relata Osorino.
No mesmo setor, a Escola Municipal Professor Levi Alves de Freitas dispensou os alunos nos últimos dois dias, devido a falta de água para fornecer aos alunos nos bebedouros. O G1 tentou entrar em contato com a direção da instituição escolar para saber quando o problema deve ser normalizado, mas até o fim desta reportagem não obteve retorno.
O diretor-presidente da nova empresa responsável pelos serviços, Águas de Ariquemes, José Benedito Braga explica que dará todas as orientações aos clientes para solucionar as dúvidas perante o abastecimento de água.
"Iremos atender no mesmo endereço e assim que a nossa equipe tomar conhecimento dos problemas vão atuar o mais rápido possível para solucioná-los. O que não podemos fazer por enquanto é resolver a questão comercial, sobre a falta de fatura, segunda via, contratos antigos, estes problemas não conseguem ser solucionados, pois ainda é de responsabilidade da Caerd. "A partir de hoje será um favor à concessionária quando o morador vir nos avisar, pois só assim iremos conseguir atender todos que precisam", explica.
Benedito Braga ainda comenta que alguns problemas já foram identificados no abastecimento". "Ontem começamos a tomar conhecimento do sistema e verificamos uma situação complicada no que diz respeito ao desabastecimento dos reservatórios, o que pode ter causado algum desconforto à população. Agora vamos conhecer bem o sistema e atuar rapidamente para resolver os problemas tanto da qualidade da água quanto no abastecimento", explica.
Conforme a superintendente da Caerd em Ariquemes, Eliana Rosa Seti, a empresa se instalará em outro local para atender os clientes que possuem algumas pendências a resolver, mas que irá recorrer da decisão judicial. "Tem clientes negativados, com o fornecimento de água suspenso e sabemos que a partir da decisão, o município está responsável pelo sistema. Mas no caso da situação específica ainda não está definido como solucionarmos, pois fomos despejados e não temos um local para se instalar e dizer para os consumidores onde nos procurar", comenta.